ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-4-2009.

 


Aos vinte e nove dias do mês de abril do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador Adeli Sell, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 232/08 (Processo nº 5690/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 294/09, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo 010/09 (Processo nº 1885/09). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 643/09, do Senhor José Lincoln Daemon, Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Esporte; 983 e 1225/09, respectivamente das Senhoras Fernanda Almeida Cappelini e Clarice Kempf da Silva, Supervisoras de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal – CEF –; 1582/09, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da CEF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Vereador Arisnei Rocha da Silva, da Câmara Municipal de Charqueadas – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Aldacir José Oliboni. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, o Vereador Pedro Ruas formulou Requerimento verbal, solicitando o adiamento, por duas Sessões, do Projeto de Lei do Executivo nº 047/08 (Processo nº 5659/08), o qual foi encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Ainda, o Senhor Presidente registrou o transcurso, ontem, do aniversário do Vereador Mario Manfro, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, nos termos deliberados pelo Colégio de Líderes, solicitando a retirada do Projeto de Lei do Executivo nº 047/08 da relação de matérias priorizadas para apreciação durante a Ordem do Dia da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 001/09, por vinte e oito votos SIM e dois votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Adeli Sell, Fernanda Melchionna e Maria Celeste e encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores João Antonio Dib, Reginaldo Pujol e Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Toni Proença, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal, Não a Vereadora Fernanda Melchionna e o Vereador Pedro Ruas, e tendo apresentado Declaração de Voto conjuntamente os Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto e as Vereadoras Maria Celeste e Sofia Cavedon. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário do Arquiteto Claudio Ferraro. A seguir, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorizações para representar externamente este Legislativo: de nº 032/09, de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, amanhã, na 1ª Reunião da Coordenação Executiva da 4ª Conferência Nacional das Cidades, às oito horas e trinta minutos, em Brasília – DF; de nº 032/09, de autoria do Vereador DJ Cassiá, amanhã, na Audiência Pública sobre o tema “Políticas Culturais do Ministério da Cultura e Projeto de Alteração da Lei Rouanet”, às quatorze horas, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; e de nº 023/09, de autoria do Vereador Carlos Todeschini, amanhã, no 1º Encontro dos Eleitos e Secretários da Extensão Rural – EMATER –, às nove horas, no Município de Carlos Barbosa – RS. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 029/09, de autoria do Vereador Paulinho Ruben Berta, justificando sua ausência na Sessão Ordinária do dia cinco de maio do corrente, quando participará de audiência na Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística, às quatorze horas e trinta minutos, em Porto Alegre. Também, foi apregoado o Memorando nº 046/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador Mauro Pinheiro, hoje, na Sessão Solene destinada a homenagear o Dia do Trabalho, às quatorze horas, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Às quinze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, por solicitação do Vereador Alceu Brasinha, foi efetuada nova verificação de quórum, constatando-se a inexistência do mesmo para continuidade da Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores João Antonio Dib, Alceu Brasinha, Ervino Besson e Paulinho Ruben Berta. Após, o Senhor Presidente convidou para reunião a ser realizada, a seguir, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado, com representantes da empresa Themac S/A, tendo como tema questões atinentes à coleta mecanizada de lixo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Dr. Raul, Fernanda Melchionna e Airto Ferronato. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que seria encaminhada ao Serviço de Ambulatório Médico desta Casa sugestão apresentada pelo Vereador Dr. Raul, no seu pronunciamento em Comunicação de Líder, para que fosse estudada a possibilidade de disponibilização de vacinas contra a febre amarela para servidores desta Casa. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/09, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo nos 286/08, 047, 064, 012/09, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, e 038/09, discutido pela Vereadora Fernanda Melchionna, o Projeto de Lei do Executivo nº 010/09; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 059 e 036/09, este discutido pela Vereadora Fernanda Melchionna e pelo Vereador Carlos Todeschini, e o Projeto de Resolução nº 010/09. Em prosseguimento, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB, Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, Valter Nagelstein, Líder do Governo, Fernanda Melchionna, 1ª Vice-Líder da Bancada do PSOL, Maristela Maffei e Nelcir Tessaro, ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/08. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Airto Ferronato, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento Projeto de Decreto Legislativo nº 008/08 (Processo nº 5882/08). Às dezessete horas e cinquenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Toni Proença e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste momento, como hoje é quarta-feira, ou usam-se alguns Tempos de Lideranças antes ou todos depois, ou, senão, já entraremos na Ordem do Dia. Então, eu consulto as Bancadas a respeito disso. Os tempos para Comunicação de Líder serão sempre preservados; se não forem usados antes da Ordem do Dia, podem ser usados posteriormente.

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, público que nos acompanha nas galerias e pela TV Câmara, eu gostaria de reproduzir, Srs. Vereadores, a nota oficial do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, de 28 de abril de 2009. E faço um pequeno parêntese para explicar por que eu a reproduzo. Eu tenho me dedicado aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a discutir, sempre, só e tão somente as questões da nossa cidade de Porto Alegre. E abro uma exceção, neste momento, para falar de uma questão de caráter nacional e até internacional, exatamente porque esta minha dedicação que tem sido constante aos temas da nossa Cidade, me permite, neste instante, tratar de um assunto que eu acredito seja de interesse de todos nós, amantes dos direitos humanos, das liberdades pessoais, da dignidade da pessoa humana. Diz o seguinte a nota oficial do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (Lê.): “O Movimento de Justiça e Direitos Humanos repudia a decisão do Governo Lula de receber no Brasil, no dia 06 de maio próximo, o Presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Em manifestação na Conferência Contra o Racismo realizado em Genebra, no dia 20 de abril, o Presidente do Irã, país onde se violam sistematicamente os direitos humanos - com enforcamentos e açoites -, aproveitou-se da oportunidade para destilar ódio antissemita. Quarenta representantes de países na Conferência contra o Racismo deixaram o salão no qual Ahmadinejad proferia seu discurso, em atitude de repulsa ao conteúdo xenófobo da manifestação que desrespeitou a comunidade internacional. É de se lembrar que, no mesmo dia, eram lembradas as vítimas do Holocausto. [Mais de seis milhões de pessoas que foram aniquiladas de uma forma industrial, e à mercê da mais absoluta perversidade humana.] Diante de seu virulento antissemitismo, que descamba para a negação do Holocausto, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos considera a vinda do presidente iraniano ao Brasil, uma agressão aos princípios da convivência pacífica entre os povos. Para o Governo do Brasil, era imperioso, depois do que se observou em Genebra, desconvidar esse propagador do ódio, que representa um estado onde o homossexualismo é crime capital, e mulheres, a partir da idade de nove anos, podem ser inculpadas de crimes como adultério, passível de punição por enforcamento em praça pública.

O regime iraniano é um dos mais tirânicos do planeta. É o segundo país do mundo, atrás apenas da China, em que se aplica a pena de morte. O caso de Delara Darabi, de 21 anos, prestes a ser executada, é apenas mais um exemplo de desrespeito à vida naquele país. Delara, na prisão há seis anos, foi condenada à morte por enforcamento, por suposto homicídio, quando tinha 16 anos de idade. Numa época em que se constata o crescimento do ódio aos judeus em todo o mundo e que a negação do Holocausto atinge níveis preocupantes, é infamante, para os brasileiros, a decisão do Governo Lula [e aqui abro um parêntese: é o Sr. Marco Aurélio Garcia o articulador], de manter o convite ao Sr. Ahmadinejad para visitar o nosso País.

O Movimento Justiça e Direitos Humanos, ao longo da sua história, vem denunciando a negação do Holocausto por propagandistas do neonazismo, e atuou com firmeza nos anos 90, para que Siegfried Ellwanger, o maior desses propagandistas no Brasil, fosse condenado à prisão. A decisão governamental, grave e injustificável, de manter o convite a Ahmadinejad, em que pese ao que todos assistiram em Genebra, não pode ser interpretada senão como complacência diante do antissemitismo e da violação contumaz dos direitos humanos. Porto Alegre, 28 de abril de 2009. Movimento de Justiça e Diretos Humanos”. Assinam esta Nota Oficial o seu Presidente Dani Rudnicki; o Vice-Presidente Luiz Francisco Corrêa Barbosa; Secretário Newton Muller Rodrigues; Tesoureiro Cid Silva Soares; os Conselheiros Luis Milman e Jair Krischke; Conselheiro Fiscal Carlos Josias Menna de Oliveira; Vitor Vieira, Cristopher Belchior Goulart, Afonso Roberto Licks, Paulo Roberto Castro Dias e Wilson Muller Rodrigues.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria muito que, de alguma forma, a nossa colenda Câmara de Vereadores também pudesse fazer coro a essa manifestação e repudiar a visita desse cidadão que é absolutamente deletério no concerto das nações, que está propagandeando e disseminando ódio e, muito gravemente, está colocando em risco a própria paz mundial.

Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar, prazerosamente, a presença do nosso colega Vereador do PDT de Charqueadas, Arisnei Rocha da Silva. Seja bem-vindo à nossa Casa, sinta-se à vontade.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha a Sessão no dia de hoje e também os que nos acompanham pela Rádio Camara e pela TVCâmara, é realmente uma situação muito delicada, a da Saúde em Porto Alegre. Não há como não registrar e fazer um ato de repúdio à atitude de uma empresa chamada Sollus, que gerencia o Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. Essa empresa chamada Sollus comete um ato arbitrário, irresponsável e inconsequente, pois demite um médico de um dia para outro, de uma forma irresponsável, deixando dezenas, centenas de famílias sem o atendimento médico. Nós, Câmara de Vereadores, enquanto Vereadores, Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a cuja reunião a comunidade compareceu hoje pela manhã, presidida pelo Ver. Carlos Todeschini e com a presença da Verª Fernanda Melchionna, estamos, então, apresentando uma Moção de Repúdio, pedindo o apoio a todos os Vereadores, e que seja votada hoje após o Projeto do Ver. Brasinha, conforme acordo dos nobres Vereadores, dos nobres Líderes, porque é preciso que essa Moção de Repúdio chegue o mais rápido possível à Empresa Sollus ou até mesmo ao gestor municipal, que, com certeza, deverá se manifestar favoravelmente ao trabalhador Dr. Alexandre.

Passo a ler a simples Moção de Repúdio que nós, Vereadores, estamos encaminhando - Ver. Oliboni, Verª Fernanda, Ver. Carlos Todeschini -, pedindo que todos os Vereadores a assinem, e já me sinalizam o Ver. Dr. Thiago e o Ver. Dr. Raul, que estarão conosco assinando essa Moção. (Lê.): “A demissão arbitrária e sem justa causa do Dr. Alexandre José Mello, médico de família que atende a comunidade residente no Beco dos Coqueiros, através do Programa de Saúde da Família, ocasionou a revolta dos moradores e contraria o bom desenvolvimento do Programa nessa região. Por este motivo, solicitamos que esta Casa manifeste seu repúdio a esta atitude e busque, através dos meios previstos em seu Regimento, intermediar a situação e apoiar o retorno do profissional ao seu posto de trabalho”.

Portanto, nós, que somos todos defensores do Programa de Saúde da Família, que recebemos diariamente reclamações da situação que vive Porto Alegre, não podemos aceitar alguém que terceirize os serviços se ache o “dono do campinho” e simplesmente passe a demitir trabalhadores sem justa causa, sem argumento, alegando uma pesquisa feita lá na região sobre o atendimento do Programa de Saúde da Família, porque estaria criticando o próprio gestor e o profissional que, por sua vez, nunca faltou aos seus compromissos profissionais. Por essa razão, estamos aqui, em nome da Liderança do PT, à qual agradeço muito por este espaço, não só protestando contra essa atitude arbitrária, mas para dizer, sim, que queremos que o Dr. Alexandre retorne. Não precisa ser, necessariamente, ali naquela unidade; agora, não é necessário extinguir, matar, acabar com a vida de um cidadão que está se dedicando diuturnamente ao atendimento às pessoas, que é a vida do cidadão. Por isso nós estamos aqui, enquanto Vereadores, apresentando essa Moção de Repúdio e pedindo o apoio aos demais Vereadores para que, após a votação do Projeto de Lei do Ver. Brasinha, votemos esta Moção de Repúdio.

A Comissão de Saúde, hoje, ao receber mais de cem pessoas da comunidade protestando contra essa atitude arbitrária da Sollus, fez com que esta Casa se manifestasse, para que chegue, o mais rápido possível, ao gestor e também à empresa, que se acha “dona do campinho”, esta manifestação. Na verdade, o que a empresa Sollus não percebe é que tem que aumentar e qualificar o atendimento, dar melhores condições de trabalho aos profissionais e possibilitar, sim, que o cidadão seja bem-atendido.

É nesse sentido, então, que nós queremos pedir apoio para esta Moção de Repúdio à demissão desse profissional, Dr. Alexandre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço pela manifestação.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O primeiro item diz respeito à Reunião Conjunta das Comissões, para tratar do PLCL nº 001/09. O Diretor-Legislativo nos informa que em 15 ou 20 minutos o Projeto estará pronto para ser votado. Portanto, eu pergunto aos senhores Vereadores se nós podemos começar a votar outras matérias, e, no momento em que o parecer ao PLCL nº 001/09 estiver pronto, nós o submeteremos à votação.

Em votação a proposta apresentada por esta presidência (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1234/09 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 001/09, de autoria da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, que aprova as contas do Município de Porto Alegre referentes ao exercício de 2006.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação.

 

Observações:

- parecer do Tribunal de Contas favorável à aprovação;

- para aprovação, voto favorável da maioria simples; para rejeição, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, nos termos do art. 124 do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PDL nº 001/09. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, queremos trazer aqui alguns pontos de vista a respeito da prestação de contas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Exercício de 2006. O Poder Executivo Municipal, cumprindo o que determina a Lei Orgânica, submete a esta Casa Legislativa, para exame, a sua prestação de contas do exercício 2006, ora em exame. A nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores, após detida análise do Balanço Consolidado da Administração e a sua comparação com o disposto na Lei Orgânica nº 9.881, de 12 de dezembro de 2005, vem a este Plenário apresentar a sua posição, que também será a nossa Declaração de Voto. Em primeiro lugar, cumpre observar que o exercício de 2006 teve o primeiro Orçamento da Administração que assumiu em janeiro de 2005, já que o Orçamento do seu primeiro ano, 2005, fora elaborado pela Administração anterior. Assim, o Orçamento 2006, também denominado LOA/2006, Lei Orçamentária de 2006, traz novidades e altera a sistemática até então vigente. São criados 21 programas, que se desdobram em cerca de 200 ações que, por sua vez, se subdividem em projetos e atividades. Cada projeto ou atividade tem objetivos qualificados e aloca na Peça Orçamentária os recursos financeiros para a sua materialização. A LOA é uma mera proposta de trabalho de um Governo para o ano seguinte: estima receitas e autoriza despesas. O Balanço do ano seguinte, que é a prestação de contas do Governo, é que vai informar o que do programado se concretizou, se foi realizado ou não. Assim, quanto mais próximos forem os números previstos na Lei Orçamentária para cada programa, projeto ou atividade com os resultados apurados no Balanço Geral Consolidado, maior eficiência terá tido o Governo no planejamento e execução de suas ações. Não foi este o caso do presente: o Balanço de 2006 da Prefeitura de Porto Alegre mostra total disparidade entre o que foi previsto e o que foi executado. Vamos ao detalhamento da análise comparativa da Lei Orçamentária Anual e o Balanço Geral Consolidado.

Primeiro - o investimento total e dos principais órgãos afins - o previsto e o realizado. A Lei Orçamentária de 2006 previu um investimento total consolidado (Administração Direta e Indireta) de 256 milhões de reais; foram realizados somente 121 milhões, apenas 47% do previsto no Orçamento de 2006 foi realizado. Investir R$ 121 milhões numa despesa total superior a R$ 2 bilhões representa uma taxa de investimento de cerca de 5% - no mínimo 30% abaixo da média anual dos 12 anos anteriores. Então, esta é uma constatação de que o investimento da Administração Fogaça fica aquém da média histórica dos 12 anos anteriores em no mínimo 30%.

O segundo ponto - os investimentos nas principais áreas. No Departamento de Esgoto Pluviais: orçados R$ 35,1 milhões, foram realizados somente R$ 16 milhões - 46% do previsto; na Saúde: orçados R$ 12,4 milhões, foram realizados, em 2006, somente R$ 1,5 milhões - apenas 12%; na Secretaria Municipal de Transporte, que está um caos hoje o transporte público: orçados R$ 8,8 milhões, foram realizados somente R$ 222 mil - apenas 2,5% do que foi orçado em 2006 foi desenvolvido e executado pela Secretaria Municipal de Transporte, deixando um verdadeiro caos o transporte público de Porto Alegre. Por que isso está acontecendo hoje? Porque não houve projetos, não houve estudos e o recurso orçado não foi aplicado. Se nós pegarmos a limpeza urbana de Porto Alegre, por exemplo: tinham sido orçados R$ 536 mil, foram realizados, naquele ano, R$ 73 mil - apenas 14% do investido.

Concluo, dizendo que um Governo que, em 2006, aplicou somente 47% do previsto, é um Governo, no mínimo, ineficaz diante daquilo que esta Câmara aprovou. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que, ouvido o Plenário, seja adiada, por duas Sessões, a discussão do PLE nº 047/08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, assomo à tribuna para encaminhar este assunto até para possibilitar que haja um certo consenso a respeito do Requerimento apresentado pelo Ver. Pedro Ruas, vez que a inclusão deste assunto na Ordem do Dia de hoje é fruto do entendimento que todas as Lideranças tiveram na última oportunidade em que o colégio de Líderes se reuniu com a Mesa. Eu, pessoalmente, poderia até ter alguma restrição sobre a matéria em si, mas não sobre o fato de ela estar sendo discutida e votada no dia de hoje, fato esse que, se vier a ocorrer, será em decorrência do acordo que, pela unanimidade das Lideranças, foi feito. Se algum fato novo surgiu a determinar essa mudança, certamente esse não será do conhecimento de toda a Casa. Nas atuais circunstâncias - sem conhecer as motivações pelo que se pede que a votação ocorra somente daqui a duas Sessões - eu não me posicionarei a favor. Em verdade, esse Projeto tem algumas características que mereceriam ser bem explicitadas. Penso eu que isso tenha sido feito nas discussões que ocorreram durante a instrução processual, quando, na Comissão de Constituição e Justiça, o Ver. Nereu D'Avila, na oportunidade, emitiu um Parecer, que foi aprovado por unanimidade, dizendo que não existia óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto. O Ver. João Dib, na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento opinou também favoravelmente; e, finalmente, o Ver. Nelcir Tessaro, já nesta Legislatura, opina também pela aprovação. Diante desse fato, eu presumo que, até mesmo pela responsabilidade dos Relatores, o Ver. João Dib, sabidamente homem muito zeloso da coisa pública, se houvesse razões de uma restrição mais profunda, teria apontado no seu Parecer, o que não o fez.

Eu observo que as Lideranças estão discutindo entre si e penso, Sr. Presidente, se for o caso, que se suspenda a Sessão por alguns minutos para que volte a ocorrer um entendimento, ou se estabeleça definitivamente o confronto entre o que foi acordado pelas Lideranças, a pedido da Líder do Partido dos Trabalhadores, Verª Maria Celeste, que fez essa solicitação.

Recebemos a visita dos integrantes da Comissão que trata deste assunto; a unanimidade dos Vereadores concordou que a matéria fosse votada no dia de hoje. Por essa razão, estranho que nós tenhamos que estar discutindo este Requerimento, cujos fundamentos eu desconheço. Poderão até ser fundamentos fortes que justifiquem que eu acompanhe esse Requerimento, mas por enquanto eu me mantenho com a posição colocada na Reunião de Líderes, quando fui um dos que concordei que a matéria fosse votada no dia de hoje. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste momento, quero convidar o Ver. Mario Manfro, que aniversariou na data de ontem, para receber, em nome de todos os Vereadores, os nossos cumprimentos.

 

(Procede-se à entrega do cartão.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h35min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 14h39min): Estão reabertos os trabalhos.

Srs. Vereadores, em acordo com as Lideranças, na sua totalidade, nós estamos retirando da ordem de votação de hoje o PLE nº 047/08, e essa matéria voltará à discussão na reunião da Mesa Diretora e Lideranças da próxima segunda-feira.

Em votação a retirada dessa matéria da priorização de hoje. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Voltamos à discussão do PDL nº 001/09.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, discutimos as contas do ano de 2006 da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e eu sigo na mesma ênfase que trabalhou o Ver. Comassetto, no sentido de que, analisando as contas, percebe-se como é que foi conseguido o falado “equilíbrio financeiro”: à custa da redução brutal de investimentos na cidade de Porto Alegre.

Eu queria chamar a atenção para a área da Cultura. Estamos debatendo na Casa um Projeto de Lei, que está tramitando, de financiamento para o teatro, de fomento para o teatro, e nós queremos discutir e expandir uma legislação, um fundo de fomento à Cultura em Porto Alegre.

Ora, para a Cultura foram orçados, para 2006, 6,7 milhões de reais em investimentos, e realizados, apenas e tão somente, 210 mil reais, isto é, apenas 3% do que estava previsto de investimentos para a área da Cultura foi realizado no ano de 2006.

Eu lembro muito bem de que foi naquele ano que os artistas deitaram na Esquina Democrática, pedindo, exigindo o repasse do recurso do Funproarte, que já é um fundo muito pequeno, é para pequenas realizações, que chegou ao escândalo de estar atrasado mais de seis meses.

Um grupo que apresenta um projeto, como uma peça de teatro, combina com maquiadores, combina com cenógrafos, com diretores, os artistas se organizam, mas leva tanto tempo para ser aprovado, e o grupo fica esperando pelos recursos, e recursos muito pequenos. Está explicado aqui: 3% só do que foi previsto em investimentos em cultura foi realizado - 210 mil reais -, numa Cidade onde a descentralização cultural acabou; acabou! Não existe mais cultura nos bairros, são duas ou três oficinas por região. Isso é pífio para uma Cidade como a nossa! Não existe fomento para nenhum segmento da Cultura, e no Orçamento a gente enxerga o retrato disso. E se nós formos para a Educação - Ensino Fundamental, Infantil e Especial -, dos 15 milhões de reais orçados, só foram realizados 2,6 milhões; portanto, 17% do previsto.

Chamo a atenção para a área de Acessibilidade e Inclusão Social, para a qual foram orçados 127 mil reais; uma miséria! A quantia é uma miséria para fazer a acessibilidade na cidade de Porto Alegre. Bem, vamos considerar que era uma nova Secretaria, mas só foram realizados 36 mil reais.

Agora, não tem cabimento nós termos discutido em Audiência Pública, Ver. Sebastião Melo, o tema da ponte da Ilha Mauá, por exemplo, onde os moradores diziam que há cadeirantes que moram lá, a ponte é de madeira, está podre, crianças caíram, idosos caíram, não passa uma ambulância; uma ponte está prometida há anos, e, quando se vai ver na Secretaria da Acessibilidade e Inclusão Social, dos míseros 127 mil reais - míseros - que estavam previstos para a Acessibilidade, 36 mil foram realizados.

Se nós compararmos isso com um milhão de reais gastos em propaganda, será que está justo e correto - gastos em propaganda em dois dias -, Ver. Brasinha, que, num ano da Secretara da Acessibilidade, foram gastos 36 mil reais? Um milhão em propaganda este ano, em dois dias. A Secretaria da Acessibilidade gastou apenas 36 mil reais em todo o ano de 2006!

Se a gente for analisar o problema da ponte da Ilha Mauá, se a gente analisar que para várias ruas da Lomba do Pinheiro estão pedindo, pelo menos, uma conservação permanente - pois eles têm quatro cadeirantes na mesma rua -, veremos que as obras não se realizam! Não se realizam! Eu pergunto: onde está a tal Secretaria de Acessibilidade?

Então, de fato, não há ilegalidade aparente no orçamento de 2006, mas - vamos combinar - as prioridades foram temerárias; é ao que nós estamos assistindo na vida real da Cidade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos nós, aqui na Casa, sabemos que este Processo de análise da tomada de contas do Executivo Municipal é precedido de grandes exames, de aprofundados exames feitos, na sua grande maioria, pelo Tribunal de Contas do Estado, que, através do seu Colegiado, do seu órgão pleno, emite Parecer, o qual, acolhido por esta Casa, se transforma numa decisão definitiva de aprovação das contas. Não acolhido por 2/3 da Casa, deixa de ter eficácia. Esse Parecer, então, tem de ser aprovado por maioria simples ou não aprovado por 2/3 da Casa.

Foram trazidas ao Plenário algumas informações a respeito das análises preliminares feitas pelo órgão de contas a respeito dessa prestação obrigatória que o Município faz perante a sociedade, que cabe a nós, Vereadores, acolher ou deixar de acolher. Não se pode, num processo dessa ordem, pinçar algumas colocações isoladas e deixar de colocar a parte final, conclusiva, desse Relatório. E a parte final, conclusiva, do Relatório, Ver. Dr. Raul, é pela aprovação, e o Ver. João Dib, com a responsabilidade de ser o nosso decano aqui, nesta Casa, examinando o Parecer do Tribunal de Contas, o faz de forma exaustiva, mas conclui num Parecer conciso - como ele gosta que as coisas ocorram -; conciso, porém preciso.

Diz o Ver. João Dib que as contas do Exercício foram de responsabilidade do Prefeito José Alberto Fogaça de Medeiros; do Vice-Prefeito, Eliseu Felippe dos Santos, e do Ver. Humberto Ciulla Goulart, este último, porque, na condição de Presidente da Câmara Municipal em 2006, esteve, eventualmente, à frente do Executivo Municipal.

Diferentes etapas aconteceram na apreciação das contas. Auditorias ordinárias tradicionais, realizadas ao longo do ano, apontaram inconformidades no desenvolvimento da gestão, as quais, no entanto, foram objeto de esclarecimentos e juntada de documentação pelo Executivo Municipal e ensejaram ampla instrução técnica para o Serviço de Prestação de Contas Municipais do Tribunal de Contas do Estado.

Instado, na sequência, a se manifestar, o Ministério Público exarou Parecer constante de fls. 1478-1479, do vol. V, opinando, em conclusão: 3.1 - pela advertência à origem no sentido de proceder ao saneamento das deficiências passíveis de regularização, cabendo a esta Corte averiguar as medidas adotadas e futura inspeção; 3.2 - pela imposição de multa ao Sr. José Fogaça, forte no art. 67 da Lei nº 11.420/00, por inobservância a normas de Administração Financeira Orçamentária; 3.3 - pela glosa da despesa referida no item 2.1 deste Parecer; 3.4 - pela emissão de Parecer favorável à aprovação das Contas dos Srs. José Fogaça, Eliseu dos Santos e Humberto Goulart - Parecer favorável é o que diz o Ministério Público. Após, foi apresentado Parecer Circunstanciado e proferido voto pelo Conselheiro Relator, acolhido por unanimidade pela Segunda Câmara, que decidiu pela imposição de multa na ordem de 700 reais a José Alberto Fogaça de Medeiros, pela cientificação à origem para que promova o saneamento daquelas falhas passíveis de regularização; pela emissão de Parecer favorável à aprovação das Contas dos Srs. José Alberto Fogaça de Medeiros, Eliseu Felippe dos Santos e Ver. Humberto Ciulla Goulart, Chefes do Executivo Municipal no Exercício de 2006; por encaminhar o Processo ao Legislativo Municipal com o devido Parecer, para os fins legais.

É o que o ocorreu. Concluídas as deliberações naquela Corte, veio o Processo de Prestação de Contas à Câmara Municipal para fins de julgamento. Deve-se isso não apenas à função fiscalizadora cometida ao Poder Legislativo, como, também, por disposição constitucional, cumprindo, então, o teor estabelecido no inciso I do art. 121 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e no Art. 122 do Regimento desta Casa à apreciação desta Comissão. Daí o Parecer favorável do Ver. João Antonio Dib, acolhido por unanimidade da Comissão, como unânime foram as anteriores decisões. Então não há mais o que discutir sobre esta matéria. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro o aniversário do Arquiteto Claudio Ferraro, querido amigo desta Casa, que contribui com todos os Vereadores. Parabéns, arquiteto Claudio Ferraro, pelo seu aniversário. (Palmas.)

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que acompanha pelo Canal 16 a Sessão do dia de hoje. Ora, aprovar as Contas de 2006, nós estamos falando exatamente da Gestão do Município de Porto Alegre e nós sabemos que existe muita contrariedade, Ver. João Antonio Dib. Vou dar alguns exemplos dessa contrariedade da aplicação dos recursos em Porto Alegre. A Lei Orçamentária previu para 2006 um investimento total consolidado de 256 milhões de reais, foram realizados 121 milhões de reais. Portanto, o Governo aplicou apenas 47% do previsto na Peça Orçamentária. Se nós pegarmos, por exemplo, a Saúde, foram orçados 12,4 milhões de reais, e foram aplicados 1,5 milhões de reais. Quando nós recebemos, aqui, a Peça Orçamentária, em outubro de cada ano, nós percebemos algo que parece maravilhoso: inúmeros programas, dá a impressão de que a Cidade, no ano subsequente, vai fluir normalmente ou melhor do que foi naquele ano ou no ano anterior. Mas quando vem de fato o ano em que são aplicados esses recursos, o Governo fica transferindo recursos para algumas Pastas que, por sua vez, lá no ano anterior, não tinham nem orçado recursos, como aconteceu, por exemplo, do ano passado para este ano em que aplicou, sim, em Publicidade, em apenas uma semana, mais de um milhão de reais nos jornais desta Cidade. Então, uma coisa é trazer para a Câmara de Vereadores o que, de fato, o Governo quer fazer, mas, na prática, ele faz outra. É preciso que se diga isso. Nós nunca aqui votamos contra a Prestação de Contas do Governo, independente de que Governo seja, mas é preciso que se diga, sim, que a Peça Orçamentária não reproduz na realidade a coerência. A Peça Orçamentária não reproduz a verdadeira realidade pela qual ela é encaminhada a este Legislativo, que aprova as contas ou aprova a Peça Orçamentária para o ano subsequente, porque uma coisa é o que é orçado, outra coisa é o que é aplicado. Isso está claro na Área da Saúde, quando o Executivo orça 12 milhões de reais e aplica apenas um milhão e meio.

É preciso que se diga que algumas coisas são de extrema importância, por isso a Vereadora Sofia, que me antecedeu aqui, falou, por exemplo, da questão da acessibilidade; as coisas não acontecem. Mais do que isso, algumas obras foram inclusive demandadas no Orçamento Participativo e não foram executadas, porque foram transferidos recursos deste Programa para outros Programas. Então, é preciso que se tenha coerência quando se fala na Peça Orçamentária, porque depois, na Prestação de Contas, nós temos que falar isso que estamos falando, da coerência e da responsabilidade que temos quando a Câmara aprova as contas da Prefeitura, do Prefeito Municipal, enfim, da Gestão atual, de um ano para o outro. Nesse sentido é que eu queria dizer da falta de coerência com relação àquilo que foi mandado para a Casa e depois executado no ano subsequente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero dizer que eu me sinto incomodado, porque dei Parecer favorável à aprovação das contas de S. Exª o Sr. Prefeito, e não sou nenhum neófito no caso. Dei, porque tinha que ter dado a aprovação das Contas. Eu vou relatar um fato. Há alguns anos, eu analisei as Contas do Prefeito Tarso Genro, e a oposição fez uma reunião da qual eu participei e levei dois Pareceres: um, aprovando sem maiores justificativas; o outro, rejeitando com uma série de justificativas. Acharam que eu tinha que rejeitar. Eu cometi o erro de rejeitar, e, na hora, apenas quatro Vereadores rejeitaram. Agora, esta vez, eu não tinha razões para colocar nada contrário àquilo que pensa o Tribunal de Contas. Não sei por que a Câmara Municipal está discutindo coisas que até nem dizem respeito à Prestação de Contas. Eu acho que nós estaríamos agindo melhor, votando rapidamente essa matéria e passando a outras de igual importância ou até de maior importância. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, meu caro Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, gostaria de comentar alguns problemas que eu encontrei nesta Prestação de Contas do nosso Executivo no exercício de 2006, e posso lhe dizer que, infelizmente, a tônica não tem mudado. Eu fiquei abismado, porque eu não tinha a ideia, eu tinha alguma impressão, mas como eu gosto de trabalhar com dados concretos, eu sabia que havia problemas na SMT, mas não que tivesse o problema que nós temos. Meus caros colegas Vereadores, meu caro Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª tem acompanhado esta Prefeitura nos últimos anos, tendo sido membro do Executivo e um atuante Vereador. O Ver. João Dib já foi Secretário Municipal de Transportes e sempre diz que na sua época tinha menos dinheiro. É verdade, o Ver. João Antonio Dib tem razão. Mas eu perguntaria como é que o Ver. João Antonio Dib, quando Secretário Municipal de Transportes, conseguiria dirigir uma Secretaria que tem um Orçamento “x” em que é realizado apenas - ouçam bem o que eu vou dizer - 2,5%? Os senhores entenderam? Eu vou repetir: a SMT, no ano de 2006, realizou apenas 2,5% do seu Orçamento. É claro, uma Secretaria que planeja gastar R$ 8,8 milhões e realiza R$ 222 mil, Verª Fernanda Melchionna, só pode resultar nesse caos que é o trânsito, o transporte e a circulação em Porto Alegre. Depois não venham dizer que é má vontade do Ver. Adeli Sell. O Ver. Adeli Sell é por demais generoso! Eu vi que eu fui generoso demais com a Prefeitura!

Em 2005, Ver. João Antonio Dib, eu disse ao Prefeito Fogaça que ele estava errando na Carris e na EPTC/SMT; continua errando. Mas agora eu vi que eu deveria ter sido mais duro: não apenas pedir três vezes a cabeça do Secretário numa semana, mas três vezes no plenário e sete dias por semana nos meus boletins, nas minhas notas para a mídia.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, V. Exª sabe o respeito que eu lhe tributo e a consideração que tenho, porque V. Exª acompanha. Mas, em primeiro lugar, o Tribunal de Contas aprovou as contas; em segundo lugar, eles não gastaram mais do que tinham; em terceiro lugar, o Partido de V. Exª criou a EPTC, que se mistura com a SMT. No meu tempo, só tinha a SMT.

 

O SR. ADELI SELL: Eu estou discutindo respeitosamente, Ver. João Antonio Dib, números. Não é a questão de que gastou apenas isso. É claro que o Tribunal tem que aceitar; o Tribunal analisa contas. Não estou dizendo que alguém fez alguma falcatrua. Não fiz acusação nenhuma. Longe de mim fazer acusações sem provas. Eu estou dizendo que a incompetência é tal, que se planeja gastar R$ 8,8 milhões e se gastam R$ 222 mil; isso não é planejamento, isso é incompetência. Eu pergunto: será que apenas eu recebo uma média de dez e-mails por dia de pessoas se queixando da EPTC? Será que sou somente eu? E vejam este Plenário neste momento: ninguém - com exceção do Ver. Dib, que pediu um aparte, mas não defendeu o Secretário - veio aqui para defender o Secretário da EPTC, nem para defender esses números esdrúxulos, porque isso aqui é o fim da picada! Por isso, em defesa da EPTC, em defesa da Secretaria Municipal de Transportes, peço que o Prefeito tenha a grandeza de mandar o seu Secretário viajar.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Toni Proença; Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, acho que este debate, Ver. Dib e demais Vereadores que me antecederam, não trata apenas de aprovar ou não aprovar as contas do Prefeito; trata de analisar toda a verba orçada para os investimentos durante o ano de 2006 e, casualmente, o que deixou de ser executado. E, ao analisar o Orçamento, muitos dados e valores chamam atenção, porque mostram, em geral, em todas as áreas e Secretarias da Prefeitura em que foram deixadas de fazer obras sociais para cumprir as metas dos financiamentos internacionais para economizar recursos. Entretanto, se pararmos para pensar, economizar recursos da Prefeitura significa economizar recursos que seriam aplicados para o povo pobre e para a população de Porto Alegre.

Quero trazer alguns dados para vocês: a SMIC, ou seja, a Secretaria da Indústria e do Comércio, teve R$ 2 milhões e 700 mil orçados, e vocês sabem quanto foi executado? É importante que a população de Porto Alegre que nos assiste pela TVCâmara saiba: zero reais; nenhum centavo foi executado do dinheiro para investimentos da SMIC. Por esse motivo é que não foi investido no Auditório Araújo Vianna, por exemplo, para reformá-lo, para depois a Prefeitura dizer que tem que privatizar e fazer Parceria Público-Privada. Lá no Camelódromo, onde estavam começando as obras, para as quais está fazendo falta o financiamento público, não tem recurso, e também é uma Parceria Público-Privada, e os camelôs estão jogados à míngua. Grande parte da verba destinada ao turismo não foi executada. Aí não tem recuperação da orla! Aí não vai ter revitalização da orla do Guaíba, para que o povo possa curtir o pôr do sol, para que tenha ciclovia, para que tenha espaço de lazer para a população de Porto Alegre! Aí tem que dizer que a solução para a orla é o Pontal do Estaleiro, porque a Secretaria de Turismo não executa os investimentos! E vale dizer: investimentos para comprar equipamentos, não é gasto com folha de pessoal, são investimentos.

Quero trazer outro dado, que se refere à Secretaria de Juventude. Foram 405 mil reais orçados, e foram gastos apenas 30 mil reais; 7% do orçamento! Enquanto isso, a juventude continua sem política de cultura, sem política de educação permanente, sem política de lazer, continua jogada no colo da criminalidade como estamos vendo com a epidemia do crack, que toma conta da nossa Cidade!

Se olharmos os dados da Secretaria de Educação, foram orçados 15 milhões de reais, e foram gastos apenas 2,5 milhões de reais. Enquanto isso, faltam creches para mais de 130 mil crianças de zero a seis anos; existem escolas da rede municipal que precisam de reformas urgentes, para continuar atendendo a sua população.

O DEMHAB, Ver. Nelcir Tessaro, orçou 44 milhões de reais, e foram gastos apenas 15 milhões de reais. Enquanto isso, nós temos 40 mil porto-alegrenses que não têm onde morar! No entanto, nós temos 783 vilas irregulares na cidade de Porto Alegre! Então, é lamentável analisarmos as contas e o Orçamento apresentado, porque muito do prometido não foi gasto. E não quero dizer que foi desonestidade do Prefeito, porque não acho; acho que é uma posição ideológica e uma posição política de querer fazer, enfim, o “filme” com os financiamentos internacionais, com os grandes bancos por aí, enquanto isso, quem paga a conta, quem paga esta conta é a população de Porto Alegre, e, casualmente, a população mais pobre, para quem estão fazendo falta os orçamentos da Saúde, do Turismo, da Educação, da Juventude, da Cultura. É Lamentável.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Fernanda Melchionna.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PDL nº 001/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, acho extremamente importante e salutar o debate que ora nós estamos enfrentando com relação às contas de 2006 da Prefeitura. O Tribunal de Contas aprovou, e, certamente, nós o faremos do ponto de vista da legalidade - não há problema nenhum na questão da prestação de contas feita ao Tribunal de Contas pela Prefeitura.

O que nós queremos debater e trazer aqui é que, normalmente, o que é orçado, o que é disponibilizado no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e, especialmente, no Orçamento da Prefeitura raramente é executado. Esse é o grande debate que esta Casa tem que fazer, que a Cidade tem que fazer. Aquilo que é apresentado no Orçamento e, especialmente, aquilo que está sendo levantado pelo OP não está sendo executado, ao longo desse período, pelo Governo Municipal. E aqui eu quero trazer dados, assim como a minha Bancada está fazendo neste momento, das diversas Secretarias que dizem respeito, sim, ao ano de 2006. Por exemplo: na questão do esporte, lazer e recreação, foram orçados 686 mil reais para essa área, e foram realizados apenas 167 mil, portanto, 24% daquilo que estava previsto. Nós sabemos do enorme valor que tem o Secretário João Bosco Vaz e o que consegue nessa Secretaria com um orçamento pífio. E não há um estímulo sequer da Prefeitura para que, de fato, aquilo que foi orçado para esta Secretaria seja executado. A gente verifica isso na dificuldade do trabalho lá na periferia, onde os campos que são colocados à disposição da Prefeitura Municipal, que deveriam estar atuando efetivamente nas comunidades, têm uma enorme dificuldade, porque não há recurso adequado. Então, Ver. Brasinha, apenas 24% do que foi previsto, no ano de 2006, para a Secretaria de Esportes foi executado, e são dados reais que estão ali.

Na questão da Cultura, como a Verª Sofia já colocou, da mesma forma. Na SMIC, foram orçados dois milhões e 700 mil reais para programas e projetos; execução zero! Execução zero! Dados da própria Prefeitura, Ver. Brasinha.

Na questão do transporte - e está aí o debate que nós estamos fazendo na Cidade, aliás, que a Cidade está fazendo e que está, inclusive, motivando a Câmara Municipal, em relação ao custo da tarifa, em relação ao passe livre, em relação à qualidade do transporte da Cidade -, foram orçados 8 milhões e 800 mil reais, em 2006, e realizados apenas 222 mil reais; apenas 2,5% foram realizados do orçamento, exatamente o que o Ver. Adeli Sell falou com muita propriedade, e reforçou.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, V. Exª sabe que admiro muito o seu trabalho, mas a questão da SMIC, Vereadora, V. Exª sabe que nós temos um grande Secretário, com extraordinária competência, o Ver. Idenir Cecchim, que vem fazendo um trabalho bonito. E pode ter certeza absoluta de que o Secretário Cecchim vai concluir todo o orçamento que foi enviado à Secretaria, tenho certeza absoluta de que ele fará essa grande modificação.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Alceu Brasinha, eu também tenho admiração por seu trabalho, mas aqui não consta - e não é uma questão de admiração pelo Secretário A, B ou C, e, de forma alguma nós estamos criticando os Secretários, porque a eles é disponibilizado o orçamento que é montado pela Prefeitura, pelo Gabinete do Prefeito. Esse orçamento que é discutido por vezes na Cidade, porque há um esvaziamento do Orçamento Participativo, aliás, cada vez mais reduzindo o percentual do Orçamento do Município para as obras e investimentos na questão do Orçamento Participativo, não se trata disso, trata-se de constatação dos projetos, dos programas que aqui vêm através da Peça Orçamentária; já em 2006 acontecia isso. Nós vamos verificar agora, quando vier o Orçamento para esta Casa, e vamos verificar o que foi orçado em 2007 e o que foi, efetivamente, executado.

Estamos aqui, neste momento, tratando do tema da aprovação das contas de 2006. Em 2004, nós tivemos a oportunidade aqui, neste Plenário, de fazer o debate, de verificar se, de fato, aquilo que foi orçado pelo Governo da Frente Popular foi executado na prática. Eu não lembro de ter visto e ouvido, desta tribuna, qualquer manifestação sobre esse tema. Nós estamos aqui cumprindo a nossa parte. Hoje, nós estamos analisando, avalizando a questão do Orçamento, das contas da Prefeitura de 2006. Portanto, de forma alguma, nós vamos nos omitir de emitir pareceres em cima de dados concretos, levantados, inclusive, nos dados da Prefeitura. Isso aqui não foi invenção de nenhuma assessoria de Bancada, isso aqui são dados reais apresentados pela própria Prefeitura Municipal de Porto Alegre através da sua Secretaria. Quando é apresentado um orçamento para esta Casa, quando aprovamos um orçamento e quando nós vamos verificar a execução desse orçamento, em muitos programas, em muitos projetos, a execução tem sido zero. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Maria Celeste. Encerrada a discussão.

Em votação o PDL nº 001/09. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 001/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente e apresentará uma declaração de voto com todas as ponderações que os vários Vereadores da nossa Bancada levantaram. E dessa análise da brutal redução de investimentos, nós entendemos, Ver. Dib, esse gráfico que é autoexplicativo, demonstra a curva, a linha de cumprimento das demandas do Orçamento Participativo. (Mostra o gráfico.) À direita do gráfico está demonstrada a queda brutal do cumprimento das demandas. No ano de 2005, as demandas do Orçamento Participativo tiveram só 46% de atendimento. No ano de 2006, de que trata a aprovação das contas neste momento, 47% das demandas foram realizadas. E, de lá para cá, 34% em 2007, e 11% apenas das demandas em 2008. E por que eu chamo atenção? Porque em todos os lugares em que vamos e em que há crise, em que há insatisfação, os moradores, as lideranças nos dizem não só que não estão sendo cumpridas as demandas, mas, também, que demanda não feita num ano tem que ser redemandada no outro ano! Então, não só se reduziu brutalmente o cumprimento das demandas do Orçamento Participativo, Ver. Ervino, como as demandas reduziram brutalmente, porque, como não foi atendida a demanda, a comunidade, no outro ano, tem que voltar e pedir a mesma obra.

Hoje pela manhã a nossa Comissão, a de Educação, esteve em reunião com a Escola Nossa Senhora do Carmo - Ver. DJ Cassiá, Verª Fernanda Melchionna - e a comunidade da Escola na Restinga, e o que a comunidade dizia? Que a cada ano zerava a sua luta. Em 2006, disseram, pelo Orçamento Participativo, que a comunidade não tinha o recurso para reconstruir a Escola - afirmação das lideranças - e elas tiveram que ir de volta para o Orçamento Participativo. Hoje elas estão com recurso, mas elas tiveram que redemandar a obra; todo o ano tem de apresentar de novo a demanda. Eu vou insistir aqui, Ver. Braz - lembro de que V. Exª era um grande crítico do Orçamento Participativo - que nós nunca adotamos esse procedimento: uma demanda inscrita, por exemplo, no ano de 1993, no caderno, estava escrita e pronto. Não tinha que no ano seguinte ir lá e inscrever de novo a demanda, e no outro de novo, se não fosse feita; ela ficava como uma dívida a ser realizada. Tanto que, conforme o gráfico, 100% das demandas de 1990; 100% de 1991; 98% de 1992; 100% de 1993; 96% das demandas de 1994; vamos para 1999, quando 95% das demandas foram atendidas. Há demandas que a gente não consegue nunca atender, porque não se resolve o problema estrutural ou por algum outro problema. Mas é brutal a queda do cumprimento do Orçamento Participativo, e, claro, está aqui. (Mostra o gráfico.) Quando se faz uma previsão orçamentária de tanto, e se cumpre 2%, 10%, Ver. Dib, 3%, por óbvio que não se vai atender às demandas da comunidade. Por isso que vários jornais de bairros estão dizendo: “Em vinte anos o Orçamento Participativo declina; o Orçamento Participativo está asfixiado; o Orçamento Participativo precisa de renovação”. Eu espero que não seja essa a comemoração que a gente vai ter, ou a análise que a gente terá no ano que vem, quando virá o Fórum Social Mundial para cá, em sua sexta ou sétima edição, nas cidades da Grande Porto Alegre e em Porto Alegre. Eu espero que a gente não apresente esses dados, tristes dados, duma Cidade que não responde às demandas dos seus moradores, uma Cidade que se inscreveu no mundo por essa participação direta. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 001/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minha cara Verª Sofia Cavedon, é preciso, às vezes, que eu ouça alguns pronunciamentos para que eu fique distensionado, que eu deixe de ficar estressado. V. Exª traz à tribuna uma análise que o Tribunal de Contas não faz; V. Exª traz à tribuna obras que não foram feitas pelo Orçamento Participativo. Mas eu já mostrei a V. Exª mais de 200 obras realizadas nos anos de 2005 e 2006 pelo Prefeito José Fogaça, que estavam anteriormente represadas. Não é isso que se julga, o que se tem que julgar é se o Prefeito gastou ou não o dinheiro; se ele gastou bem ou não; se ele gastou o que era permitido ou se ele gastou o que não era permitido. E o Tribunal de Contas, com todas as letras, disse que as contas estavam certas.

Ora, se o Tribunal de Contas disse que as contas estavam certas - e eles são especialistas - como eu, Engenheiro João Dib, vou dizer que as contas do Prefeito não estavam certas? Agora, se deixou de fazer investimento, isso é outra coisa; o Tribunal não julga isso. O Tribunal julga se o dinheiro foi bem-usado ou se foi mal-usado, e o dinheiro foi bem-usado, até fazendo obras do Orçamento Participativo do ano de 1993, obras do Orçamento Participativo que custavam 300 reais e que não foram feitas, e obras do Orçamento Participativo do Dr. Verle, que custavam dois milhões de reais, um milhão de reais, e que foram feitas. Portanto, o Prefeito gastou o dinheiro de forma correta e o Tribunal de Contas disse exatamente isso, e é o que é que temos que fazer: aprovar por unanimidade, e não fazer discursos para que eu fique distensionado. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. João Dib.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 001/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, depois de ouvir o Ver. João Dib eu fiquei até com uma dúvida, se eu deveria cancelar a minha inscrição ou mantê-la.

Em verdade, eu acho que todos se impressionam com as circunstâncias de que na tribuna mostram-se jornais, mostram-se gráficos, mostram-se várias coisas, que, evidentemente, podem impressionar quem não está atento ao que está sendo discutido. O Ver. João Dib colocou a coisa exatamente como está sendo colocada: nós estamos examinando as contas do Município de Porto Alegre, que mereceram parecer favorável da unanimidade do Tribunal de Contas do Estado, recomendando a sua aprovação, após um minucioso exame que consta de cinco tomos, de cinco processos que acompanham esse encaminhamento que foi feito pelo Diretor-Geral do Tribunal de Contas do Estado, Flávio José da Silva Jaeger, Ver. Brasinha, que encaminha o relatório para que, na forma da lei, ele seja apreciado nesta Câmara. E o que diz o relatório? O relatório recomenda a aprovação. Faz algumas considerações e conclui pela aprovação. É evidente que numa administração de um Orçamento do porte do Município de Porto Alegre algumas coisas possam gerar especulações. O Ver. Adeli Sell, com muita eloquência - não diria pertinência, mas com muita eloquência - lembra a circunstância de que a Secretaria de Transporte do Município passou a ser uma ficção, diante da EPTC, que é quem hoje, efetivamente, cumpre as funções de Secretaria. Ora, a manutenção da Secretaria foi uma proposta do Governo que V. Exª inclusive integrou, Vereador, quando criou a Empresa Pública de Transporte e Circulação. O Ver. Dib já teve oportunidade de assinalar isso, e é preciso que fique gizado. No Processo está muito claro: o Tribunal de Contas encaminha à Câmara Municipal cinco volumes, com exaustiva auditoria, exames aprofundados; o Ministério Público se manifesta, recomenda a aprovação; enfim, todos os órgãos que opinaram por unanimidade recomendaram a aprovação. Agora, sempre há uma brecha para o discurso, especialmente quando a gente tem umas figurinhas bonitinhas para mostrar. Dr. Dib, acho que vamos solicitar alguns gráficos para, no futuro, mostrar também aqui da tribuna. O que não falta são gráficos naqueles cinco volumes. Se nós fôssemos examiná-los neste momento, certamente nós ficaríamos o dia inteiro, chegaríamos até o dia de amanhã, ao mês de maio, inclusive, dando os argumentos do Ministério Público, das auditorias, enfim, do Pleno do Tribunal de Contas do Estado, que, unanimemente recomenda a aprovação e que, evidentemente, vai ser acolhido na sua proposta, se não por todos, pelo menos pela grande maioria da Casa. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 001/09.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; nós não estamos fazendo um questionamento, nem colocando em xeque a análise dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado. Nós não estamos fazendo uma análise do Tribunal de Contas e do Parecer do Tribunal de Contas, nós estamos fazendo uma análise da Peça Orçamentária, do comportamento da execução orçamentária. E quando, Verª Fernanda Melchionna, V. Exª se referiu à SMIC, onde o orçamento é de 2,7 milhões, mas com execução zero, eu não posso compreender onde ficou o dinheiro, e o que foi feito veio de que rubrica? São coisas muito estranhas.

O que eu vivia dizendo no ano passado - meus amigos novatos aqui, Ver. DJ Cassiá, Ver. Marcello Chiodo, Ver. Nelcir Tessaro - é que o Orçamento que a Prefeitura faz agora tem uma coisa positiva: ela faz por programas. Ocorre que a Prefeitura colocou tantos programas e abriu tantas janelas, que parece uma plataforma Windows: janela, janela, janela, abre uma, abre outra, e põe umas coisinhas lá. Quando eu falo coisinhas, é isso mesmo: são pequenos números, pequenas cifras, para depois ir jogando nessas cifras. Isto não é planejamento, isso é jogo de cena. Imaginem quando o PT estava na Prefeitura, o Ver. João Antonio Dib falava no microfone desta Casa barbaridades sobre a Peça Orçamentária, e na verdade eu acho que o Ver. João Dib em algumas coisas tinha razão, porque havia imprecisões. É importante que os Vereadores não fiquem naquela coisa atávica: “sou da oposição, tenho que falar mal; sou da situação, tenho que defender de joelhos”. Não se faz política assim, Ver. Airto Ferronato; faz-se política analisando números, contestando, mostrando o contraditório. Para isso é que nós fomos eleitos: para fiscalizar, para levar as demandas da comunidade! Nós, Ver. Brasinha, temos que fiscalizar, por exemplo, quando falta o azulzinho na frente do Carrefour e do Wal-Mart, e dá aquela bagunça que tranca o trânsito.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. ADELI SELL: Tranca, sim, porque a execução da SMT foi de 2,5%; para a Acessibilidade e Inclusão Social, foi de 28%. É claro que há problemas na limpeza urbana, porque foi feito um orçamento em que foram aplicados apenas 14% do que foi orçado. É claro que isso não pode dar certo, isso tem problemas! Por isso é que a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai entregar à Mesa uma Declaração de Voto que é um calhamaço, talvez a maior Declaração de Voto que alguém já escreveu aqui neste Parlamento, com dados, com números, contestação, percentagem, porque nós precisamos desnudar o Orçamento de Porto Alegre: gasta-se demais em algumas coisas; gasta-se pouco noutras. Muito CC, muito serviço terceirizado, de péssima qualidade, como são as cooperativas, a Algert por exemplo. Se os senhores e as senhoras virem o Diário Oficial do dia 27, na concorrência para a limpeza do Mercado Público havia sido pedida a desclassificação de várias empresas e cooperativas, inclusive a Algert. Agora eu olho o Diário Oficial de segunda-feira e observo que estão todas aptas a concorrer; colocam os documentos depois - não é estranho? Gastar tanto dinheiro com limpeza no Mercado Público para ter aquela coisa horrorosa, aquela incompetência que é a limpeza do Mercado Público, um dos patrimônios da Cidade! É claro que, com orçamento zero em uma Secretaria não pode acontecer coisa melhor, só para pior. Obrigado, meu caro Ver. Toni Proença.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PDL nº 001/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM e 02 votos NÃO.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, gostaria de passar às suas mãos a Declaração de Voto da Bancada do PT, tendo em vista a não execução orçamentária daquilo que foi previsto nas contas de 2006, embora com a aprovação dos nossos votos. Passo a Declaração a V. Exª para que seja anexada ao processo.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo o Memorando nº 032/2009, do Gabinete do Vereador Engenheiro Comassetto. (Lê.): “Venho, por meio deste, solicitar à Presidência a Representação Institucional desta Casa legislativa, na 1ª Reunião da Coordenação Executiva da 4ª Conferência Nacional das Cidades - 4ª CNC, na cidade de Brasília/DF, pois como sou Conselheiro e estou na coordenação de organização da 4ª CNC devo participar das reuniões - que ocorrerá no dia 30 de abril de 2009, no horário das 08h30min às 17 horas, conforme convite com cronograma dos trabalhos anexo. Atenciosamente, Ver. Engenheiro Comassetto”.

Apregoo o Memorando nº 29/2009, do Gabinete do Vereador Paulinho Ruben Berta. (Lê.): “Venho, por meio deste, solicitar autorização para representação externa desta Casa em audiência a ser realizada no dia 05 de maio de 2009, às 14h30min, na Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística, na sede do Ministério Público desta Capital, conforme convite anexo. Atenciosamente, Ver. Paulinho Ruben Berta”.

Apregoo o Memorando nº 46/2009, do Gabinete da Presidência. (Lê.): “Informo que o Ver. Mauro Pinheiro representará esta Presidência na Sessão Solene destinada a homenagear o Dia do Trabalho, às 14 horas do dia 29 de abril, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, conforme convite anexo”.

Apregoo o Memorando nº 032/2009, do Gabinete do Vereador DJ Cassiá. (Lê.): “Solicito representação desta Casa na Audiência Pública que tratará do tema Políticas Culturais no Ministério da Cultura e Projeto de Alteração da Lei, no dia 30 de abril, às 14h, como consta em anexo”.

Apregoo o Memorando Interno nº 23/09, de autoria do Gabinete do Ver. Carlos Todeschini, que pede representação no I Encontro dos Eleitos e Secretários da Extensão Rural - Emater -, que acontecerá no dia 30 de abril próximo, na cidade de Carlos Barbosa. Na ocasião, o Vereador estará em representação desta Casa Legislativa, e, para tanto, solicita que seja disponibilizado um veículo oficial.

Estão suspensos os trabalhos para a Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 16h43min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja feita a verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)

Não há quórum para a Ordem do Dia, mas há quórum para a continuidade da Sessão.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu sou um Vereador que se considera responsável por esta Cidade. Já administrei a maioria das Secretarias do Município; já assessorei Prefeito; já fui Prefeito; sou Vereador por várias Legislaturas, e não posso ver acontecer o que está acontecendo, conforme está na Zero Hora de hoje. “Porto Alegre - Projeto prevê construção de novas vias exclusivas até dezembro. Promessa de três trechos de ciclovias. Em maio, será publicado o edital”.

Ora, nós temos na Casa um Projeto de Lei, que é um absurdo, que é o ilógico, que é malfeito, mal-apresentado, incompleto, para nós autorizarmos um plano cicloviário. O Sr. Senna, agora, já vai fazer uma cena e vai apresentar três Projetos de ciclovia.

Eu não tenho nada contra ciclovias, eu gostaria que a Cidade tivesse ciclovia, mas, sem dúvida nenhuma, eu quero que o Executivo respeite o Legislativo, e no caso não está sendo respeitado, até porque eu não vi fazer três vias sem Projeto. Eu não conheço o projeto; não tem projeto! Eu quero ver fazer na Av. Ipiranga uma ciclovia. Só se for aérea. Eu quero ver fazer, na Av. Ipiranga, um trecho de 6.600 metros. Eu fiz uma parte da Av. Ipiranga, como Secretário de Obras; eu implantei, como Prefeito, emissários cloacais na Av. Ipiranga; então eu conheço a Av. Ipiranga. Eu quero ver como é que vão fazer, na Av. Sertório, 7.800 quilômetros de ciclovias. Eu pavimentei a Av. Sertório, como Secretário de Obras; eu dupliquei a Av. Sertório, como Prefeito, e liguei com a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Eu quero saber onde é que ele vai fazer, qual é o projeto que ele tem. Ou ele pensa que, descrevendo as vias, mencionando as vias, ele já possa fazer ciclovia? Na Av. Ipiranga, ele tem os postes da CEEE, tem a proteção dos postes da CEEE e tem as árvores que estão junto ao talude. Ali é o único lugar que ele poderia fazer. Ah, e tem mais a ponte da Azenha, tem mais a ponte da Av. João Pessoa, que vão dificultar a passagem da ciclovia dele. Então, a primeira coisa que tinha que fazer era aprovar ou rejeitar o projeto cicloviário.

Como foi colocado aqui pelo Ver. Mauro Zacher, é preciso debater amplamente, e não apenas sair fazendo ciclovia. E, como me sinto responsável por esta Cidade, eu ainda vou discutir os Portais da Cidade, porque acho que eles são inviáveis, e eu não vou dizer apenas que eles são inviáveis porque eu quero dizer, mas é porque eu analisei, porque eu penso e porque eu sinto. Portanto, eu acho que, pela responsabilidade que tenho por esta Cidade, pelo amor que tenho por esta Cidade onde nasceram os meus filhos, tenho que discutir mais profundamente. Eu quero ver os projetos dos Portais, eu quero ver o projeto da ciclovia. Não tem nem uma coisa, e não tem nem outra. O Portal da Cidade, na Av. Loureiro da Silva, tenho todas as dificuldades do mundo para aceitar, mas, de qualquer forma, se mostrarem os projetos, eu passarei a ser um grande defensor dos portais e das ciclovias também. Mas eu quero os projetos. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Pedro Ruas, foi um motivo de alegria para nós o fato de ontem confirmamos que somos os melhores na campanha da Libertadores da América. E este tempo eu quero dividir, porque realmente gosto muito do esporte, gosto muito do meu Grêmio e adoro a torcida gremista.

Ver. Pedro Ruas, V. Exª que dividiu várias emoções comigo, e, aliás, foi um dos que me fez uma homenagem, eu já lhe agradeci uma vez e quero agradecer outra vez. Agradeço também a Deus por ter permitido eu fazer parte da família gremista. Muito obrigado, meu Deus!

Mas também venho a esta tribuna, Ver. Bernardino, defender os pequenos, porque sempre gosto de defender as pequenas e médias empresas, os microempresários, porque são essas as pessoas que mais sofrem, quando abrem uma empresa, que é quase impossível sobreviver um ano. Se fosse fácil, qualquer um de nós seria empresário; se fosse fácil, qualquer um também seria jogador de futebol. Quem sabe, o Ver. Adeli, que é um bom atleta, estaria jogando lá de meia-esquerda ou de atacante, e o meu amigo Airto Ferronato, um extraordinário Vereador, quem sabe, também, poderia ter essa profissão.

Mas eu venho sempre, Ver. Ervino, defender aquelas pessoas que mais precisam, aquelas pessoas que mais batalham, aquelas pessoas que passam um trabalho tremendo, porque o pequeno empresário passa todos os tipos de trabalho: primeiro, é o imposto; segundo, é o vigarista; terceiro: é o assalto; e mais ainda, Vereador, para a gente cumprir as leis sociais é quase impossível, porque a gente não sabe se paga o imposto ou se paga o funcionário. E, quando se matam dois leões por dia, sobram mais dois leões para o dia seguinte.

Imaginem os senhores, e o Ver. Bernardino sabe dessas dificuldades, porque ele também é um pequeno empresário da área imobiliária, o quanto é difícil ser pequeno empresário. E V. Exª tem um dos mais belos Projetos, que é o do parcelamento do ITBI; pois sabemos que as pessoas têm imensa dificuldade em passar um imóvel para o seu nome. O pequeno empresário é aquele que sofre desde que levanta, pela manhã, já pensando no que vai gastar: quanto paga de luz, quanto paga de imposto, de IPTU. E aí, chega lá no bairro: um supermercado monstruoso, um hipermercado abrindo, deixando em desespero o pequeno empresário, que fica encolhido, não sabendo o que fazer, não sabendo para onde ir e sem saber o que fazer para sair dessa situação.

Eu gostaria de fazer uma pesquisa, numa determinada área, para saber quantos pequenos empresários quebraram, quantos deixaram de dar emprego, quantas pessoas eles tiveram de demitir. E os megaempreendimentos, simplesmente colocam meia dúzia de funcionários, e fazem o cliente ser funcionário deles, porque o cliente é quem tem de empacotar as suas compras. Esses senhores do Carrefour e do Grupo Wal-Mart deveriam, pelo menos, oferecer um atendimento melhor para a população de Porto Alegre. Exemplos não faltam: se eles quiserem se espelhar nos vários supermercados que temos na cidade, que colaboram e fazem pela cidade, um desses bons exemplos é o Zaffari. Esse, sim! São pessoas do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre - esses nós temos de apoiar! Eu apoio o cidadão que é daqui, de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, mas eu não apoio esses caras de fora, sou contra eles. Eu gostaria de nunca mais ouvir falar do Carrefour.

Se o Carrefour continuar, eu vou continuar falando todas as vezes que Deus me der a oportunidade de vir a esta tribuna. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, e pelo Canal 16 da TVCâmara - eu queria saudar todos!

A imprensa escrita, falada e televisada já está alertando a população do nosso Rio Grande sobre a febre amarela. E, infelizmente, Porto Alegre, meus caros colegas Vereadores, a partir de ontem, também já se tornou uma área de risco com relação à febre amarela.

Foram encontrados em Guaíba, Município próximo da nossa Porto Alegre, dois macacos bugios mortos. Enfim, foram feitos os testes, o resultado foi positivo: eles acabaram morrendo por causa da febre amarela.

Isto é um alerta, eu acho que nós temos a obrigação de alertar a nossa população para que tome os cuidados. A Secretaria da Saúde está fazendo o seu trabalho, um esforço, conhecemos o nosso Secretário Eliseu Santos, que está se esforçando. A Secretaria, com a sua equipe, está trabalhando para vacinar as pessoas, para que nós possamos, sim, dar tranquilidade às pessoas, principalmente às que vivem em áreas de risco, que procurem os postos para tomar a vacina.

Portanto, já sabemos que o Secretário Eliseu Santos colocou a sua equipe também aqui na nossa grande Porto Alegre, na nossa Porto Alegre, para que as pessoas se vacinem contra a da febre amarela, que, infelizmente, se alastrou por vários municípios, e agora está chegando aqui, na nossa região de Porto Alegre.

Tristemente, o mundo está em alerta também com relação à gripe suína. Vários Países estão enfrentando esse problema. O Brasil também está em alerta, porque há muitas pessoas que viajam para aquela região do México e dos Estados Unidos; são grandes quantidades de navios que chegam ao nosso País. Que bom que as nossas Secretarias e o Ministério da Saúde estão alertando a população, vacinando a população para que as pessoas possam ficar tranquilas.

Nós temos assistido pela televisão o que está acontecendo no México. O México está praticamente parado devido a essa epidemia. A prevenção, sem dúvida alguma, é o caminho para contornar a situação, no sentido de que a população se vacine para que não haja pânico, como em alguns locais está acontecendo. Portanto, é um alerta que a imprensa está fazendo às pessoas.

Eu quero parabenizar a Secretaria da Saúde do Município, o Secretário Eliseu Santos, sua equipe - e acena-me o Ver. Dr. Thiago, concordando - pelo trabalho, alertando e vacinando as pessoas.

Aproveito esta oportunidade para fazer, aqui, um agradecimento muito especial, muito fraterno, muito carinhoso - não sei se o Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo, já o fez -: informo que no dia 17, às 10 horas, no 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, na Av. Salvador França, bairro Partenon, nós fomos homenageados pelo Comando Militar do Sul, pelo General José Carlos Denardi. Quero agradecer pela homenagem que nós recebemos lá. Fica-se muito gratificado quando se é reconhecido, por exemplo, pelo Exército, recebendo aquela honraria, recebendo um diploma e recebendo uma homenagem. Portanto, faço aqui da tribuna este agradecimento por ser um dos escolhidos para receber aquela homenagem. Mais uma vez, agradeço ao General José Carlos Denardi, e também quero agradecer ao nosso Coronel Marcelo Cantagalo, que estava junto conosco. Penso que foi um dia extremamente positivo, pois são momentos como esses que gratificam as pessoas. Quero, aqui, para encerrar o meu pronunciamento, mais uma vez, agradecer esta homenagem e este reconhecimento que recebemos do nosso Exército brasileiro. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos em uma época em que todos tentam mobilizar, de todas as formas, as comunidades a participarem do Orçamento Participativo que, nesta Cidade, tornou-se uma ferramenta que a população tem - na minha opinião, pequena - , mas com a grandiosa tarefa de priorizar as necessidades em várias situações. Pois o Conjunto Habitacional Rubem Berta, através de seus moradores, suas lideranças, mobilizou-se, foi à luta, conquistou no voto - não teve dificuldade, não teve preguiça -, no mês de junho, o direito a participar das plenárias no Centro Vida, saindo de suas casas, muitas vezes, deixando outros compromissos; trabalhadores que chegam do serviço em torno das 19h, correndo para chegar nas Plenárias do Orçamento Participativo.

Tenho aqui em minhas mãos, o caderno do Orçamento Participativo do ano de 2000, onde consta: Rua 4, Loteamento Rubem Berta, abertura de rua no núcleo 34 até a Estrada Martim Félix Berta, com 620 metros. Muito bem, a comunidade foi lá, priorizou e botou no caderno - está no caderno! Valor da época para a abertura dessa rua era de 404 mil, 612 reais. Foi uma conquista, foi para o caderno, e iniciou-se a obra.

Eu, hoje, venho a esta tribuna para saber e pedir explicações por que a obra foi paralisada com apenas 480 metros de rua aberta? Em parte desta obra foi feita toda a estrutura - esgoto cloacal, esgoto pluvial - faltando somente o capeamento de asfalto. No intervalo disso, e fica ao lado da Praça Central do Rubem Berta, foi exigido, pela empresa da época, que tivesse esgoto. Nós, as lideranças, fomos à Caixa Econômica, e removeram de lá cinco famílias, conseguindo para elas casas com pagamento a fundo perdido, conseguindo também a rede de esgoto, e até colocaram os cordões da calçada. Hoje, em 2009, essa rua continua com somente 480 metros; a obra parou em 2004.

Quero dizer mais: na coordenação do Orçamento Participativo, na prestação de contas foi colocado como obra concluída. E junto com o Presidente desta Casa e mais alguns Vereadores - o Ver. Dr. Raul, o Ver. Tarciso, a Verª Fernanda, a Verª Maria Celeste, o Ver. Pancinha - estivemos na comunidade, caminhamos em cima do leito desta rua, e ela continua somente com 480 metros. Qual a minha dúvida? A empresa que foi a licitada, que ganhou a concorrência, recebeu todos os valores dessa obra? Se recebeu, por que não a fez? Se não recebeu: então, a Prefeitura Municipal tem que ver de que forma vai concluir essa obra ou estará faltando com a sua palavra. Agora, se essa empresa recebeu os valores e não concluiu a obra, tem que ser chamada à responsabilidade, porque está dentro do caderno do Orçamento Participativo, e isto não é uma brincadeira! Não se pode achar que as pessoas vão se deslocar do seu lar, da sua casa, donas de casa, trabalhadores que carregam peso durante o dia, irem para dentro das Plenárias do Orçamento Participativo, conquistarem e não levarem, ou levarem parcialmente.

Então, pega muito mal quando uma obra dessas não é concluída. E, hoje, eu posso afirmar, com toda a certeza, porque temos várias testemunhas dentro desta Casa, que são os Parlamentares que caminharam nesta rua, que visualizaram isso. Inclusive, quero agradecer a caminhada desses Vereadores, ao Presidente da Casa, todos que lá concluíram isso.

Pois, então, é o seguinte: aquela comunidade exige as explicações necessárias vindas da Coordenação do Orçamento Participativo, para que nos diga se a empresa recebeu todos os valores, ou se não recebeu, sob pena de aquela comunidade, agora, mobilizar-se para fechar a rua - “botar o bloco na rua”, como eles dizem lá. Se a empresa recebeu, por que a comunidade teve esse prejuízo, nesses anos todos, de ficar sem a conclusão da obra? No momento em que recebermos as informações, viremos a esta tribuna esclarecer à comunidade e à cidade de Porto Alegre, porque, depois de conquistada, tem que ser demandada e realizada a obra. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, eu convido o Ver. Toni Proença para reassumir os trabalhos, e comunico aos Srs. Vereadores que há uma agenda na Presidência para tratar sobre o lixo mecanizado. Os Vereadores que tiverem interesse nessa matéria podem acompanhar, porque nós vamos tratar deste assunto agora, com a visita de um pessoal recomendado por Caxias do Sul.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o tema de hoje, nesta tribuna, não poderia ser outro que não a questão do trânsito e do transporte na cidade de Porto Alegre. Nós fomos estimulados, na Câmara Municipal, através de um Ofício do Conselho Municipal de Transporte, Sr. Presidente - e este Ofício não chegou ao Gabinete dos Vereadores, ainda -, sugerindo o término do passe livre na cidade de Porto Alegre. Gostaríamos, inclusive, de ter o teor deste Ofício. Segundo o Presidente do Conselho, ele diz que esta decisão foi tomada pela unanimidade das entidades representativas do Conselho, o que nós já sabemos que não é verdade. A CUT, a UAMPA e outras entidades votaram contrários a esse procedimento, a esse parecer dado pelo Conselho na questão da isenção do passe livre na cidade de Porto Alegre; uma conquista, um direito já adquirido pela população de Porto Alegre.

Nós, então, tivemos a oportunidade de realizar, hoje, um debate sobre esse tema, no qual o Ver. Mauro Zacher - eu sempre designo a autoria da ação dos Vereadores, quando assim o fazem, e aqui faço referência ao Ver. Mauro Zacher -, nos trouxe uma tabela da própria EPTC, que diz e que mostra, através dos números, que o passe livre na cidade de Porto Alegre teve uma diminuição no processo instalado desde 1998, no total de passageiros transportados na Cidade. Ora, em 1998 havia 14 milhões de passageiros que usavam passe livre na Cidade. Hoje são apenas 6 milhões. Houve uma redução de 43% em relação ao ano de 1998. Portanto, não dá para dizer que é por conta do dia do passe livre que há um aumento na tarifa do ônibus na cidade de Porto Alegre.

É importante que se traga isso, e é importante dizer para os senhores e para as senhoras, porque a própria EPTC tem essa informação e não faz a adequação na questão do preço da tarifa isso que já é constatado no decorrer da história. Aliás, mais do que isso, e o Ver. Dr. Dib também faz uma referência sobre a preocupação com a questão da mobilidade urbana na Cidade, que no Plano Diretor não traz essa discussão à pauta, que os Vereadores deverão incluí-la, a mobilidade urbana da Cidade, terão que incluir a questão das ruas, do tráfego, do trânsito, na discussão do Plano Diretor, e ele tem toda razão quando fala que projetos especiais como este Projeto dos Portais da Cidade, deveriam estar sendo discutidos pela Comissão Especial do Plano Diretor. E os Vereadores desta Casa são apenas informados pela imprensa desses projetos que vão mudar radicalmente a configuração do Centro da Cidade, e vão mudar radicalmente um hábito, uma necessidade dos passageiros, usuários do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre, porque voltaremos a ter aqui algo que já há muito tempo acabamos em nossa Cidade, que é a baldeação no transporte público. Então, senhoras e senhores, essas discussões, essas questões nós queremos tratar dentro desta Casa.

Portanto, a bancada do Partido dos Trabalhadores solicitou, através de um Requerimento, a constituição de uma Comissão Especial para que possamos tratar deste tema aqui e não da isenção do transporte, da passagem, não da retirada do passe livre, mas de todo o contexto que envolve o transporte público na cidade de Porto Alegre. Está na hora de a Câmara Municipal assumir essa responsabilidade como tantas outras que já assumimos e não nos eximimos de fazê-lo, diferente, muitas vezes, do Prefeito que se omite, que se cala em determinados assuntos importantes.

Portanto, nós queremos aqui dizer da nossa preocupação com esse tema e queremos constituir essa Comissão Especial.

O Ver. Comassetto que trata muito das questões do Ministério das Cidades, das questões da Cidade, com sua experiência - inclusive é o nosso representante no Conselho Nacional das Cidades -, ele gentilmente trouxe para esta Cidade algo que certamente tanto o Secretário de Transportes como o Secretário da EPTC deveria ter como bíblia e como referência na questão do transporte público da Cidade, na questão da mobilidade da Cidade. É um guia de planejamento, que foi elaborado e está sendo distribuído pelo Ministério das Cidades com outras organizações não governamentais do mundo, e que traz aqui toda a situação das cidades na questão do planejamento urbano, especialmente no que diz respeito ao transporte coletivo.

(Mostra a foto da publicação.) E aqui, lamentavelmente, o que nós temos em relação à cidade de Porto Alegre é uma única foto, em que se pode verificar uma pessoa que usa o terminal de ônibus para dormir, o que muito nos entristece, porque é uma população de rua desassistida também, mas aqui é importante colocar para os senhores a foto que aparece em relação ao transporte público. É desta forma que é colocado o transporte na cidade de Porto Alegre, diferente de outras cidades que trazem já os trens, os metrôs instalados, o sistema viário de uma outra forma construído.

Seria importante que os Secretários, especialmente da EPTC e do Transporte do Município, pudessem adotar e pudessem solicitar junto ao Ministério das Cidades este exemplar. Quem sabe assim melhoraria, e muito, o planejamento da Cidade no que diz respeito ao transporte público de qualidade. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste, eu falo em Liderança em função de uma preocupação com o momento epidemiológico que estamos vivendo, não só em Porto Alegre como no mundo.

O que é que nós temos hoje? Um recrudescimento das doenças virais, que muito têm a ver, com certeza, com a manipulação do meio ambiente que o ser humano está fazendo. E temos que nos preocupar preventivamente com isso, porque, na realidade, nós, como entes públicos, temos que estar sempre batendo nesta tecla da prevenção, porque hoje temos, em termos de doenças vindo para cá, a dengue, que ainda não chegou, mas do mesmo modo que a febre amarela está chegando, a dengue está batendo nas portas de nossas casas, e aí a prevenção tem que estar com cada cidadão, além dos agentes que vão às casas, que vão orientar, que vão fazer o controle, cada cidadão tem que se prevenir. Estamos num momento difícil na saúde pública, porque doenças das quais só se ouvia falar estão cada vez mais próximas de nós. Temos agora a febre amarela, por exemplo, que só se falava lá na fronteira com a Argentina, numa zona restrita, que veio vindo e hoje já são mais de 250 municípios em área de risco. Ontem, Porto Alegre passou a fazer parte desses municípios, ou seja, apareceram bugios mortos em Guaíba. Então tem que se fazer aquela extensão para os municípios próximos para evitar que o vírus se difunda. Isso significa que existe o vírus nas matas fechadas, úmidas; o mosquito, graças a Deus, não sai muito dessas localidades, sai dez, vinte metros e já não consegue um habitat para sobreviver. Nós conhecemos Porto Alegre e sabemos que na Zona Rural também passa a ser uma área de risco, e precisamos ter certeza na questão da vacinação; para a dengue não temos vacina ainda. Essa gripe suína que apareceu em nível mundial, e que está chegando ao Brasil, porque o vírus da gripe se difunde com extrema facilidade entre humanos pela via respiratória, nós temos que ter todas as precauções que são válidas, para que depois não choremos os mortos aqui como estão chorando no México.

Acredito que no nosso Estado como no Município, tanto o Secretário Osmar Terra como o Secretário Eliseu Santos têm demonstrado competência para tomar as medidas adequadas, mas a situação está difícil. Cada cidadão tem que pensar bem, tem que orientar sua família para que vá se vacinar contra a febre amarela; salvo aquelas pessoas que tenham problema imunológico e que tenham doenças sérias, crônicas, que devem consultar seu médico, que têm alergia à proteína do ovo, todos devem tomar a vacina, porque a vacina da febre amarela é feita com o vírus atenuado; então ela pode provocar alguns sintomas. Inclusive, a cada um milhão de pessoas, pode provocar um óbito em função da vacina. Portanto, que as pessoas façam a sua análise e se vacinem. Eu até gostaria de deixar como sugestão para o nosso Presidente, que a própria Câmara, por um período pelo menos, tenha um posto de vacinação para facilitar que os funcionários, familiares, Vereadores, estejam disponíveis para fazer a vacina. Acho que isso é importante neste momento. Eu acho que é nossa responsabilidade, talvez, até de algum modo, oportunizar isso externamente também; aí teria que se avaliar melhor.

É importante que mesmo aqueles não idosos - porque a vacina contra a influenza só é proporcionada gratuitamente às pessoas com mais de 60 anos em função de um custo muito alto - façam a vacina, porque ela é praticamente isenta de contraindicações, e, realmente, quem já tem uma sequência, as pessoas que fazem a vacina, seguem de maneira realmente muito positiva, não se gripam, não têm pneumonia e passam o inverno de uma maneira muito melhor.

Então, essa era uma das nossas preocupações. Saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Mesa recebe, com muito interesse, a proposição do Ver. Dr. Raul, e vai encaminhar à Mesa e ao Ambulatório da Casa a possibilidade da vacinação aqui mesmo, na Casa.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente; Vereadores que permanecem na Sessão; público que nos assiste, venho a esta tribuna para tratar de um tema bastante complicado para a vida dos moradores do bairro Beco dos Coqueiros. Seis mil pessoas da comunidade - a maior parte de nós pôde assistir ontem as repercussões que houve na imprensa - sofreram um duro golpe arbitrário e autoritário por parte do Instituto Sollus, no Posto de Saúde da Família do Beco dos Coqueiros.

Ontem, pela manhã, às 7h50min, estive lá com a comunidade, na hora da abertura do Posto, quando os moradores que estavam na fila para atendimento, os que estavam com consulta marcada - inclusive uma mãe com filho ardendo em febre -, foram informados de que haviam decidido demitir o médico responsável pela equipe do Programa de Saúde da Família da Região. O médico, o único que estava em atividade no Posto, porque a outra médica está em suas merecidas férias, foi demitido pelo Instituto Sollus, sem nenhuma justificativa, com o argumento de que seus trabalhos não serviam mais à comunidade e que, por motivos técnicos e operacionais, havia sido demitido.

Tive o prazer de prestigiar a comunidade, que se mobilizou no mesmo momento, pelo absurdo de ficar sem o seu atendimento garantido, mas também se mobilizou em defesa do médico.

Todos nós sabemos da importância da saúde básica, da medicina preventiva, como é o caso da atuação dos Programas de Saúde da Família. Essa equipe desenvolvia um belo trabalho na comunidade, indo na casa, acompanhando a vida familiar, o histórico de doenças das comunidades, de fato, atuando de maneira a prevenir possíveis doenças e acompanhando, como os médicos antigamente faziam, de casa em casa, as famílias do bairro Beco dos Coqueiros.

Pois bem, a comunidade se mobilizou, ontem mesmo, e começou um processo de abaixo-assinado, pedindo a recontratação imediata do médico para o seu Posto. Nós, imediatamente, ligamos para o Ver. Carlos Todeschini, Presidente da Comissão de Saúde e, hoje mesmo, 24 horas depois do ocorrido, fizemos uma reunião na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, para a qual foram convidados o Instituto Sollus, a Secretaria Municipal de Saúde, a Associação e os moradores do Bairro.

Quero dizer a vocês que a comunidade se mobilizou e veio, em peso, defender o seu direito. E foi muito importante essa posição da comunidade, porque a fala do Instituto Sollus, de fato, é lamentável. É lamentável, porque não justifica, em nenhum momento, essa atitude para com o médico, porque tentou criar um clima de que houve problemas de ética profissional e, quando questionada - muito bem questionada - pelo Presidente da Comissão, teve de dizer que não houve nenhum problema de ética profissional; teve de dizer que era um problema de pesquisa da comunidade, que a comunidade tinha avaliado mal o seu médico.

Ora, qual é a comunidade que, em um dia, colhe quase 500 assinaturas em defesa do seu médico? Qual é a comunidade que, em menos de 24 horas, vem com quase cem pessoas para a COSMAM para defender o seu médico? E quando questionado sobre isso, mais uma vez o Instituto Sollus se calou. Claro, porque o Instituto Sollus usa práticas subjetivas, atenta contra os funcionários que trabalham no Programa de Saúde da Família nestas contratações, porque utiliza dos métodos de assédio moral para comprometer aqueles que garantem o atendimento básico das comunidades, uma vez que não são trabalhadores concursados, e a Prefeitura, mesmo que não seja a responsável imediata, porque terceiriza os serviços, é responsável pelo atendimento básico do Município; portanto, nós estamos pedindo uma posição da Secretaria de Saúde, pedindo, exigindo que o Instituto Sollus contrate novamente o seu médico.

E nós queremos dizer que vai ser fundamental que esta Casa debata quando houver renovação desse Instituto, o que acontecerá agora em agosto, para prestar os atendimentos do Programa de Saúde da Família, porque, de fato, nós temos que debater a questão do serviço público municipal e o atendimento público da Saúde. Não é possível que a gente oriente que as comunidades sejam atendidas por empresas privadas, que valorizam muito mais as suas perseguições e os ataques às comunidades do que, de fato, o atendimento de qualidade à população de Porto Alegre.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Fernanda Melchionna.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, ontem à noite, no Canal 36, no programa Conversas Cruzadas, nós tivemos a oportunidade de assistir a um belo debate sobre um tema que era o tema central proposto pelo programa: O Centro e o Cais do Porto. E, desde já, eu quero dizer que, mesmo não estando lá, a participação foi importante, o programa foi muito bem elaborado, e teve de ser feita uma pesquisa de opinião junto à comunidade, porque a conversa descambou para o Pontal, sobre qual era a visão do cidadão de Porto Alegre com relação à minha Emenda. E o resultado foi de 73% de manifestações favoráveis, dizendo que a nossa Emenda está correta. Eu sou o autor da Emenda que redigimos aqui na Câmara, com uma série de Vereadores.Eu tenho o prazer de ser o Relator na Temática Cais do Porto e Centro da Cidade. E quando a discussão se travou em termos de Cais do Porto e Centro, a preocupação definida ali sempre foi em que termos a Emenda deve se estender na Cidade, se afeta ou não o Cais do Porto.

Então, acredito que é importante aqui consignar - e não é esse o tema central da minha conversa hoje - e preliminarmente é importante frisar que, na nossa visão, a orla de Porto Alegre precisa ser preservada num espaço adequado, mínimo, e que traga benefícios a todo o conjunto dos cidadãos de Porto Alegre. E, com relação ao Cais do Porto, quero dizer que a minha visão, a minha posição é que é possível ousar com relação ao Cais do Porto.

Eu quero fazer essa colocação, porque eu acredito que, a partir dela merece destaque outra questão a ela relacionada: nós, no Plano Diretor, numa Temática, vamos discutir Projetos Especiais para o Cais do Porto e Centro da Cidade. Repetindo: Projetos Especiais. E que Projetos Especiais são esses? A Câmara de Porto Alegre não conhece esses Projetos Especiais, e o exemplo número um talvez seja o dos Portais da Cidade. Nós, Vereadores, não conhecemos com profundidade o projeto dos Portais, porque aqui não está. Quem de nós conhece o projeto do Cais do Porto? Ninguém. Eu tenho tido a oportunidade de conversar com diferentes colegas Vereadores. Todos afirmam que seria necessário que esses projetos viessem até a Comissão. Como nós vamos discutir Cais do Porto, meu caro Ver. Pancinha, se há 25 anos há estudos sobre o Cais do Porto, apresentam-se projetos para o Cais do Porto, há projetos prontos firmados e reafirmados pelo Governador do Estado, Verª Melchionna, e não são encaminhados para a Casa? Acredito que, para que haja um bom debate, seria indispensável e necessário que esses projetos todos viessem até a Câmara Municipal.

Só para concluir, e um exemplo, a partir do momento em que essa Emenda foi aprovada, recebi algumas informações sobre a Secretaria de Planejamento, de que ela tem projetos. Pois que encaminhe! Se só tiver e não trouxer para a discussão, perdemos o grande momento, serão mais papéis engavetados e a Cidade perderá com isso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Airto Ferronato.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0614/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que acrescenta §§ 1º e 2º ao art. 84 e altera o art. 94 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – que institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, dispondo sobre a proteção de alimentos não embalados expostos à venda em estabelecimentos cujo atendimento se dê na modalidade de autosserviço e sobre o vestuário e a higiene do profissional que atua no manuseio de alimentação.

 

PROC. Nº 0937/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que determina que a seleção para o preenchimento das vagas referentes aos estágios não obrigatórios nos órgãos públicos do Município de Porto Alegre se dê mediante sorteio público, reserva percentual dessas vagas a estudantes que comprovem renda familiar de até 3 (três) salários-mínimos e dá outras providências. Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 1623/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Maracujá o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 6466 – Loteamento Altos do Santa Rita –, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. Nº 1885/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/09, que cria, em caráter temporário, o Gabinete de Inovação e Tecnologia – GINTEC, subordinado ao Gabinete do Prefeito – GP, cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 7041/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 286/08, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que desafeta da destinação do uso de bem comum do povo, para fins de doação futura ao Grêmio Náutico União, um próprio municipal situado na Rua Armando Pereira Câmara.

 

PROC. Nº 0674/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/09, de autoria do Ver. Waldir Canal, que reserva 10% (dez por cento) das unidades de moradia e os apartamentos térreos às pessoas idosas e às pessoas com deficiência contempladas como beneficiárias nos programas habitacionais populares implantados pelo Executivo Municipal, revoga a Lei nº 10.396, de 1º de abril de 2008, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1354/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/09, de autoria do Ver. Marcello Chiodo, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana de Incentivo à Esterilização de Animais Domésticos, a ser realizada anualmente, na segunda semana de agosto.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0917/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/09, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que acrescenta § 2º ao art. 4º da Lei nº 9.941, de 25 de janeiro de 2006, que denomina Comerciantes Populares os vendedores ambulantes que exercem a atividade de comércio na modalidade anteriormente denominada camelôs, institui os Centros Populares de Compras no Município de Porto Alegre e dá outras providências, assegurando aos Comerciantes Populares a isenção do pagamento de locação e de condomínio no primeiro ano de funcionamento desses Centros.

 

PROC. Nº 1595/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ilari Arlindo Basei o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 6448, localizado no Bairro Guarujá.

 

PROC. Nº 1781/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/09, de autoria da Mesa Diretora, que acrescenta parágrafo único ao art. 2º da Resolução nº 2.083, de 7 de novembro de 2007, que institui o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, a Comenda Porto do Sol e o Diploma Honra ao Mérito, premiações a serem outorgadas pela Câmara Municipal de Porto Alegre, revoga legislação pertinente à matéria e dá outras providências, estabelecendo limites máximos de conferências dos Troféus Câmara Municipal de Porto Alegre e das Comendas Porto do Sol por sessão legislativa, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em Pauta, hoje, existem dois Projetos que, em nossa opinião, são muito importantes para a Cidade, entre todos os outros. O primeiro diz respeito à isenção do pagamento de locação e de condomínio no primeiro ano de funcionamento, aos trabalhadores ambulantes que hoje estão no Centro Popular de Compras. Tenho vindo sistematicamente a esta Tribuna para trazer a difícil situação em que se encontram aqueles que viveram a vida trabalhando na rua, trabalhando no Mercado, trabalhando na Av. Assis Brasil e que de repente foram incorporados ao projeto do Centro Popular de Compras, acreditando que seria um espaço de desenvolvimento das suas atividades de vendas, no qual teria grande divulgação e assim poderiam ter um espaço fechado, com mais comodidade para deixar os seus materiais. Qual não é a nossa surpresa que muito do que foi prometido aos camelôs de Porto Alegre não foi cumprido! Não foram cumpridos os prazos, não foi cumprida a divulgação, não foi cumprida, inclusive, a metragem das lojas, mas foi muita bem cumprida a cobrança de aluguel caro, o condomínio, o alvará, pelo qual a Prefeitura pede agora quase 100 reais por ele. A chamada para cada trabalhador que vá ajudar o ambulante na banca custa 70 reais. Então, no meio de uma situação difícil, na qual os trabalhadores não estão vendendo nada, porque não houve divulgação do espaço, porque não estão mais no Centro, porque é difícil competir com o comércio do Centro da Cidade - e existe gente que não consegue nem o dinheiro para pagar o seu almoço no Centro Popular de Compras -, vem mais o ataque dos alvarás, vem mais o ataque da chamada extra. Nós estamos, de fato, preocupados com a situação dos ambulantes de Porto Alegre.

Então, é necessário que nós aprovemos este Projeto de prorrogação de um ano da cobrança do aluguel para permitir o desenvolvimento do Centro Popular de Compras, para permitir uma alternativa de renda para os trabalhadores ambulantes, porque é importante que a Prefeitura tome a responsabilidade daquilo que é seu. Tiraram os ambulantes da rua, colocaram no Centro Popular de Compras, através da parceria com a Empresa Verdi, do Casagrande, mas agora é necessário que haja uma intervenção pública no sentido de garantir a permanência, a sobrevivência dos trabalhadores.

Eu me inscrevi, também, para falar do nosso Projeto que entra em 1ª Sessão de Pauta hoje, com relação aos estágios. Para a juventude, muitas vezes, o estágio é a oportunidade de se manter estudando, além de ser uma oportunidade de complementar o aprendizado que está tendo em sala de aula, que está tendo na faculdade, com as atividades práticas, com as atividades do cotidiano. Nós sabemos que durante muito tempo, inclusive agora, os estágios continuam sendo usados como mão de obra barata, na qual a empresa, para não abrir uma vaga, contrata um estagiário para executar as funções de um funcionário; isso é realidade tanto nas empresas privadas como em muitos órgãos públicos. Mesmo assim, é necessário saudar a aprovação da Lei nº 11.788, em 2008, que institui direitos para os estagiários. É necessário que, além do Decreto do Prefeito Fogaça, que institui a regulamentação daqueles direitos de férias, daqueles direitos de licença-saúde estipulados pela Lei, aqui no Município de Porto Alegre, a gente avance, e avance em critérios mais claros e transparentes na seleção dos estagiários; avance no sentido de garantir para a juventude das classes mais baixas, ou seja, da juventude de famílias com renda até três salários-mínimos, uma oportunidade de estágio, porque são justamente esses que são discriminados na hora da seleção, que conseguem os empregos, e não estágios, mais precários, sem direitos, e que acabam, muitas vezes, tendo que deixar de estudar. Quero dizer para vocês que 30% dos jovens, no ano de 2008, evadiram do Ensino Médio, e em 66% dos casos, para poder trabalhar. É justamente para esses que nós temos que pensar políticas públicas para oportunizar tanto a continuidade dos estudos, como uma primeira experiência que permita, ao mesmo tempo, conseguir uma renda e avançar no sentido de complementar teoria e prática. Por isso, a Prefeitura, que tem 2.800 estagiários, precisa avançar em regras claras, transparentes de contratação dos seus estagiários, permitindo acessibilidade, não só pela Internet, mas também acessibilidade física, e, ao mesmo tempo, oportunizando para as classes mais populares uma chance de estar se utilizando dessas políticas públicas de estágio para se manter estudando e para ter uma primeira oportunidade de trabalho. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigada, Verª Fernanda Melchionna.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ouvintes da Rádio Câmara, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, público presente, a todos nossa calorosa saudação. Eu também venho aqui para falar do Projeto de nossa autoria que acrescenta o § 2º ao art. 4º da Lei nº 9.941, de 25 de janeiro de 2006, ou seja, a Lei que cria o Camelódromo e visa a atender aos pequenos comerciantes do CPC - Centro Popular de Compras -, o popular Camelódromo. Entendemos, Verª Fernanda, e somos sensíveis às dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores, porque não são capitalistas, não são grandes empresários, são pessoas que lutam, que trabalham, que laboram para sobreviver. Muitos trabalham durante o dia para comer à noite e, infelizmente, muitos não estão mais comendo nem ao meio-dia e nem à noite, porque o Camelódromo, se, por um lado, foi considerado uma iniciativa importante, por outro, foi concebido de forma autoritária, de forma a não dar a transparência que deveria ser dada. Quem diz que o empresário não agregou outros custos que estão sendo pagos ou que não estão sendo chamados a ser pagos pelos trabalhadores, pelos pequenos comerciantes ou pelos ex-ambulantes, como queiram denominar?

Esse é um problema muito sério. Nós queremos, com este Projeto, com a proposta do adiamento por um ano do início do pagamento, fazer com que esse equipamento se viabilize e dê condições para que essas pessoas sobrevivam, obtenham renda e possam, aí sim, fortalecer o Centro Popular de Compras.

É verdade que alguns comerciantes estão bem, como, por exemplo, os que estão na “boca” da escada, os que estão próximos aos grandes pontos de mobilização e de acesso, mas a grande maioria não tem essa realidade. É isso que tem que ser entendido. E a nossa proposta é para dar um fôlego. Essa obra foi concebida, sim, na forma de Parceria Público-Privada, porque aquele é um terreno público, que foi cedido a um empresário para realizar um empreendimento. Até aí, tudo bem! Mas o lado que faltou foi a necessária transparência, a necessária participação das pessoas envolvidas no processo; isso tudo não houve! Houve o adiamento, houve uma preocupação, sim, do Prefeito em inaugurar a obra, mas creio que a inauguração, mesmo assim, foi precipitada, porque...

 

(Aparte antirregimental da Verª Fernanda Melchionna.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: É verdade, isso é uma constatação. Nem o Prefeito sequer foi à inauguração. Então, há problemas. Havia um temor do Prefeito quanto aos resultados. Nós, com essa medida, não queremos contrariar, prejudicar ou fazer uma mobilização em vão; ao contrário, nós queremos é dar condições para que esse equipamento funcione. Estamos preocupados é com a vida, com o rendimento, com os ganhos da grande maioria que lá está e não percebe o suficiente não só para pagar as contas que antes não tinha, mas porque os pontos não oferecem condições de bons negócios como havia antes, pelo menos, na rua. E não vamos falar aqui de coisas exageradas. Por exemplo, eu visitei uma pessoa que vendia bonés; ela dizia: “Eu ganhava entre 400 e 500 reais por mês, assim eu sustentava a minha família”. Ali, até aquele momento, depois de um período de mais de mês, ela não tinha vendido dez reais. Ela estava não só desanimada, mas em dificuldade para cumprir os compromissos que são exagerados, como os aluguéis e condomínios, e nem sequer estava conseguindo comer, sobreviver com a renda obtida do negócio na nova localização.

Portanto, é legítimo, é legal, é justo que o Poder Público assuma a responsabilidade daquilo que não está sendo arrecadado e que está sendo cobrado pelo empresário. Afinal, foi o Governo que fez o contrato com o empreendedor. Portanto, não cabe aos pobres, aos comerciantes, à parte fraca pagar essa conta; a Prefeitura, que é a parte forte, tem que intervir em defesa dos camelôs. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador-Presidente, Vereadores e Vereadoras, a Pauta hoje tem alguns Projetos que são efetivamente provocadores de uma discussão mais aprofundada e para os quais, com toda a certeza, nós deveremos ter muita atenção neste debate. E cabe um alerta: o Ver. Raul, por exemplo, certamente vai se preocupar muito com a proposta de Projeto de Lei Complementar nº 008/09, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que mexe com o Código Municipal de Saúde. O seu companheiro de Bancada, com toda a certeza, terá razões objetivas para fazer as propostas que está fazendo, mas nem sempre as propostas, por mais bem-intencionadas que sejam, correspondem a uma efetiva realidade. Preocupa-se, por exemplo, com a proteção de alimentos não embalados expostos à venda em estabelecimentos cujo atendimento se dê na modalidade de autosserviço e sobre o vestuário e a higiene do profissional que atua no manuseio de alimentação..

Segurança alimentar é importante! A higienização dos estabelecimentos que trabalham com autosserviço e expõem os seus produtos para serem utilizados pelo consumidor, que aqui se pretende que sejam embalados; há que se refletir sobre esse assunto: encarecerá o produto? Embalado, dá a segurança que se quer? Será que o recipiente onde se coloca esse alimento não tem que ter as condições para que, independente de como ele seja colocado, tenha uma boa conservação? E aí por diante.

Da mesma forma, Vereador, acho que merece a melhor das nossas atenções o Projeto do Ver. Waldir Canal, que reserva 10% das unidades de moradia, nos apartamentos térreos, às pessoas idosas e às pessoas com deficiência, contempladas como beneficiários nos programas habitacionais populares, implantados pelo Executivo Municipal. A intenção corretíssima! Aliás, há muito tempo, quando eu dirigia o DEMHAB, nós tínhamos isso como regra; não era lei, era regra. Nós procurávamos dar os apartamentos térreos às pessoas com mais idade. Essa circunstância não era tão relevante assim, porque grande parte das pessoas fazia financiamento com 20, 25, 30 anos, acabando que, em um determinado momento, eles seriam idosos também. Quem compra um apartamento em 35 anos, no terceiro andar, sem elevador, 15 anos depois está querendo sair dali. Então, é um problema que eu não sei se a lei resolverá por inteiro, mesmo reconhecendo esse objetivo absolutamente louvável do Ver. Waldir Canal, temos que ver com mais profundidade, especialmente o que diz a Lei nº 10.396, de 1º de abril de 2008, que se pretende ver revogado.

Dentro dessa linha, Sr. Presidente, e me encaminhando para a conclusão, afirmo que este período de discussão preliminar de Pauta tem que ser o período do alertamento. Sobre esses assuntos nós poderemos voltar a falar amanhã, quando ele estará na 2ª Sessão, e aí, já com a Lei na nossa mão, vamos procurar esmiuçar mais ainda essa proposta de excelentes propósitos do nosso companheiro, representando o Partido Republicano na Casa, mas que pode se inviabilizar pelas próprias razões que expus nesta discussão preliminar de Pauta. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

Apregoo a Emenda nº 01 ao PLE nº 047/08, de autoria da Verª Maria Celeste e outros Vereadores.

Apregoo Requerimento do Ver. Airto Ferronato, Presidente da CEFOR, que solicita o desarquivamento do Processo nº 5.882/08, PDL nº 008/08.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h52min.)

 

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